A indústria metalúrgica e metalomecânica, por exemplo, alertou para o "risco real" das novas quotas e tarifas sobre o aço, que podem levar a custos adicionais de 25% e comprometer a sua sobrevivência competitiva. Rafael Campos Pereira, da AIMMAP, instou o Governo a "deixar-se de hesitações e tomar uma posição" para defender um setor que representa um volume de negócios de quatro biliões de euros. Simultaneamente, os setores do vinho e do calçado estão a pressionar Bruxelas para serem incluídos na lista de isenções das tarifas de 15% aplicadas pelos EUA.

Frederico Falcão, presidente da ViniPortugal, alertou que, sem essa isenção, o setor vinícola arrisca perder 20% do mercado norte-americano.

A indústria da pasta de papel também não escapou, com a Altri a reportar que os seus lucros foram negativamente afetados pelas "variações cambiais e pelas tarifas", num contexto de "disrupções provocadas pela política americana de imposição de tarifas".

Em contraste, o setor da cortiça conseguiu escapar a estas taxas, o que evidencia a natureza seletiva e o impacto desigual das políticas comerciais sobre a economia portuguesa.