Analistas financeiros e relatórios setoriais alertam que o crescente protecionismo e a imposição de tarifas comerciais representam uma das principais ameaças à economia global, com potencial para perturbar cadeias de abastecimento e aumentar os preços para os consumidores. Um relatório da Crédito y Caución identifica as tarifas como uma "principal ameaça" para o setor dos bens de consumo duradouros, alertando que "potenciais perturbações nas cadeias de abastecimento e o aumento da volatilidade nos preços das commodities, energia e transportes poderão aumentar os preços dos equipamentos domésticos no retalho".
Esta visão é corroborada pela agência de notação DBRS, que aponta para "riscos elevados em várias frentes" e avisa que "o protecionismo comercial proveniente dos EUA pode evoluir e, por fim, estabilizar-se em taxas tarifárias médias mais altas".
O impacto destas políticas já se reflete nas expectativas da indústria da moda.
O relatório The State of Fashion 2026 revela que 76% dos executivos do setor consideram as tarifas um tema central para o próximo ano, com 71% a planear aumentar os preços como resposta. Esta tendência mostra que as empresas, confrontadas com custos acrescidos e margens apertadas, poderão ser forçadas a "transferir os custos para os clientes", modificando as suas estratégias de fornecimento e procurando novos parceiros para contornar as barreiras comerciais.
Em resumoA instabilidade comercial, alimentada por tarifas e políticas protecionistas, é uma preocupação transversal a várias indústrias. Esta conjuntura aumenta os custos operacionais, ameaça as cadeias de abastecimento globais e pressiona as margens das empresas, com analistas e executivos a preverem que os preços para o consumidor final possam subir como consequência direta.