Esta iniciativa procura mitigar o impacto económico das taxas aduaneiras em indústrias europeias com forte pendor exportador, nomeadamente em Portugal.

Apesar de o acordo comercial com os EUA já prever a isenção de taxas para produtos como aeronaves, alguns químicos e matérias-primas críticas, Bruxelas considera a lista insuficiente.

A nova proposta inclui bens como vinho, destilados, tecidos, calçado, azeite, equipamento médico e industrial, cerâmica e robôs industriais.

Para Portugal, a isenção destes produtos é particularmente relevante.

Frederico Falcão, presidente da ViniPortugal, alertou que, caso o setor não consiga fugir às tarifas, poderá perder mais de 20% do mercado norte-americano.

O setor vitivinícola, que vende 102 milhões de euros para os EUA, já tem vindo a reduzir margens para baixar os preços e manter a competitividade. O calçado português, que registou um crescimento de 25% nos últimos três anos para os EUA, enfrenta agora um recuo, sendo o único grande mercado onde a indústria não crescia este ano. As exportações de calçado para os EUA representam 97 milhões de euros. Um estudo do PLANAPP indica que o setor têxtil é o mais exposto às exportações para os EUA, com cerca de 400 milhões de euros de valor acrescentado e 14 mil empregos dependentes. A pressão de Bruxelas reflete a preocupação com a sobrevivência competitiva de indústrias que são pilares da economia de vários Estados-membros e que já sentem o abrandamento da procura em mercados estratégicos.