Esta exigência transforma a disputa comercial numa negociação mais ampla, onde a política tecnológica se torna moeda de troca para o acesso ao mercado de metais.
Durante uma reunião em Bruxelas, o Secretário do Comércio norte-americano, Howard Lutnick, pediu explicitamente uma "abordagem equilibrada" da UE em relação à regulação do setor digital, que afeta gigantes tecnológicas americanas. "A nossa sugestão é que a União Europeia e os ministros do Comércio considerem seriamente analisar as suas regras digitais, tentem alcançar um equilíbrio – não eliminá-las –, mas encontrar uma abordagem equilibrada que funcione para nós", afirmou Lutnick. Esta posição deixa claro que, para Washington, a resolução do impasse sobre as tarifas do aço passa por concessões europeias noutra área estratégica.
A Comissão Europeia, por seu lado, considera prioritária a redução das tarifas sobre estes produtos, mas enfrenta agora uma negociação em duas frentes.
A vinculação dos dois temas complexifica o diálogo, uma vez que a UE tem vindo a reforçar a sua soberania digital através de legislação como o Digital Services Act, enquanto os EUA defendem os interesses das suas empresas tecnológicas. A situação coloca os decisores europeus perante um dilema: ceder na regulação digital para beneficiar a indústria pesada ou manter a firmeza na sua agenda tecnológica, arriscando a manutenção de tarifas penalizadoras.














