Os empresários do setor defendem que as medidas protecionistas, embora visem proteger a siderurgia europeia, estão a prejudicar a competitividade da indústria transformadora, que depende da importação de matéria-prima. Durante o evento “Aço, Quotas e Competitividade”, organizado pelo ECO com o apoio da AIMMAP, os líderes do setor partilharam as dificuldades sentidas.

António Pedro Antunes, CEO da Metalogalva, destacou a incerteza na compra de matéria-prima, afirmando: "Não sabemos em que dia vai chegar [a matéria-prima aos portos].

Se chegar antes do fim do trimestre, ótimo; se não, pagamos 25% de tarifas".

Esta imprevisibilidade dificulta o planeamento e aumenta os custos de produção. Rafael Campos Pereira, Vice-Presidente Executivo da AIMMAP, reforçou a urgência de uma ação governamental, sublinhando a desproporção entre a indústria transformadora do aço, com um volume de negócios de 4 biliões de euros, e a siderurgia, que vale apenas 200 mil milhões. O ministro da Economia, Manuel Castro Almeida, reconheceu a sensibilidade do tema e garantiu que Portugal tem defendido uma posição "de equilíbrio e de prudência, não de passividade" em Bruxelas, admitindo que "a competitividade das indústrias transformadoras depende do acesso a matérias-primas em condições estáveis, previsíveis e a um preço competitivo". A indústria, contudo, pede mais do que prudência, exigindo uma defesa clara dos seus interesses para não ser sufocada pelas barreiras comerciais.