A pressão financeira está a provocar baixos níveis de stock e atrasos nas entregas, ameaçando a viabilidade de muitas empresas no período de vendas mais importante do ano.

As taxas aduaneiras forçam os pequenos comerciantes a uma escolha difícil: absorver os custos elevados das tarifas ou procurar novos fornecedores, que são frequentemente mais caros.

Ao contrário dos grandes retalhistas, que conseguem mitigar estes custos devido à sua escala, as pequenas e médias empresas têm menos margem de manobra.

Como consequência, muitos pequenos negócios enfrentam o risco de ter prateleiras vazias durante eventos cruciais como a Black Friday, que representa uma fatia substancial dos seus lucros anuais.

A situação financeira deste segmento é preocupante.

Uma análise da RapidRatings, citada num dos artigos, revela que as margens operacionais dos pequenos retalhistas com ativos inferiores a 50 milhões de dólares caíram para -20,7%, colocando 36% destes negócios em alto risco de falência. Este cenário ilustra como as políticas comerciais de larga escala podem ter consequências diretas e assimétricas, penalizando os operadores de menor dimensão e concentrando ainda mais o poder de mercado nos grandes grupos. A situação é também um reflexo das tensões comerciais mais amplas entre os EUA e a China, cujos efeitos se fazem sentir em várias cadeias de valor globais, incluindo o setor têxtil português, que enfrenta uma “crescente concorrência chinesa” em parte devido a estes realinhamentos comerciais.