A situação reflete um desequilíbrio nas negociações transatlânticas, com Bruxelas a ceder em áreas estratégicas para evitar uma escalada de conflitos.

A análise dos artigos revela que a União Europeia se encontra numa posição negocial delicada.

Por um lado, a administração norte-americana, sob a liderança de Donald Trump, adotou uma postura agressiva, triplicando os direitos aduaneiros sobre importações da UE.

Por outro, em contrapartida, Bruxelas reduziu a zero as suas tarifas para produtos dos EUA, uma concessão que é vista como injusta por alguns setores, incluindo o Parlamento Europeu, que se prepara para contestar os termos do acordo. Esta disparidade de tratamento evidencia a pressão a que a Comissão Europeia, liderada por von der Leyen, está sujeita para alcançar um entendimento, mesmo que em condições desfavoráveis.

A estratégia norte-americana parece ser a de utilizar as tarifas como uma ferramenta para forçar concessões noutras áreas, nomeadamente na regulação do setor digital.

A situação é descrita como um dilema para a UE: aceitar um acordo considerado desequilibrado ou enfrentar a continuação de tarifas punitivas que prejudicam a sua indústria exportadora.

O apoio dos 27 Estados-membros ao acordo da Comissão sugere que o receio de uma guerra comercial total supera as preocupações com a equidade do pacto, embora a oposição parlamentar possa ainda alterar o desfecho do processo.