O setor transformador de aço em Portugal, que representa um volume de negócios de quatro mil milhões de euros, sente-se fortemente penalizado pelas medidas de salvaguarda da União Europeia. Estas medidas, que incluem quotas e uma tarifa de 25% sobre as importações que excedam esses limites, foram implementadas em resposta a distorções no mercado global, mas estão a gerar graves constrangimentos para as empresas portuguesas.

António Pedro Antunes, CEO da Metalogalva, descreve um clima de grande incerteza: "Não sabemos em que dia vai chegar [a matéria-prima aos portos].

Se chegar antes do fim do trimestre, ótimo; se não, pagamos 25% de tarifas".

Esta imprevisibilidade dificulta o planeamento e aumenta os custos de produção.

Rafael Campos Pereira, da AIMMAP, salienta o desequilíbrio das medidas, que protegem uma indústria siderúrgica europeia de 200 mil milhões de euros à custa de uma indústria transformadora muito maior. Paulo Sousa, CEO da Colep Packaging, alerta para o perigo de seguir o exemplo norte-americano, onde o protecionismo levou à destruição da indústria do aço.

Perante este cenário, o setor apela a uma intervenção decisiva do Governo português junto das instâncias europeias para garantir um equilíbrio que não sacrifique a competitividade das empresas transformadoras.