Esta estratégia visa garantir o acesso ao mercado europeu e competir diretamente com as marcas estabelecidas, alterando o panorama da indústria automóvel no continente.
A crescente pressão das tarifas de importação da União Europeia, que podem atingir até 45,3% sobre veículos elétricos provenientes da China, está a levar os fabricantes chineses a adotarem uma nova estratégia: produzir localmente.
A GAC AION, por exemplo, estabeleceu uma parceria com a Magna para iniciar a produção do seu SUV elétrico AION V na Áustria, na mesma fábrica onde são produzidos modelos da BMW e da Mercedes-Benz. Da mesma forma, a Great Wall Motor está a avaliar localizações em Espanha e na Hungria para a sua primeira fábrica europeia, com o objetivo de produzir 300 mil veículos por ano até 2029.
Esta deslocalização da produção não só permite contornar as barreiras tarifárias, como também adaptar os veículos aos padrões de qualidade e às preferências dos consumidores europeus. O movimento estende-se a toda a cadeia de valor, como demonstra o investimento de 4,1 mil milhões de euros da CATL, um dos maiores fabricantes de baterias do mundo, numa nova gigafábrica em Espanha, em parceria com a Stellantis.
Esta tendência reflete uma resposta estratégica à política comercial europeia e intensifica a concorrência no mercado automóvel, forçando as marcas europeias a enfrentarem rivais chineses que agora produzem no seu próprio território.














