Esta medida protecionista força os fabricantes chineses a investir em produção local e impede que marcas europeias beneficiem dos seus próprios custos de produção mais baixos na China. A Volkswagen, por exemplo, reconhece que as tarifas aplicadas aos veículos produzidos na China anulam a vantagem económica de os exportar para a Europa, apesar de conseguir produzir um VE na China por cerca de metade do custo.

Como resultado, a marca alemã não planeia trazer os seus modelos “made in China” para o mercado europeu, focando-se antes em exportá-los para outras regiões como o Médio Oriente e o Sudeste Asiático. Em sentido inverso, os fabricantes chineses veem as “pesadas tarifas de importação” como um incentivo para se estabelecerem diretamente na Europa. Gigantes como a CATL, um dos maiores fabricantes de baterias, e a Great Wall Motor (GWM) estão a avançar com projetos de fábricas em Espanha e a avaliar outras localizações como a Hungria.

A GWM pretende produzir 300 mil veículos por ano na Europa até 2029 para contornar as barreiras comerciais.

Esta estratégia de “local for local” é vista como essencial para a viabilidade a longo prazo, permitindo evitar as tarifas e adaptar-se melhor às exigências do mercado europeu, que, segundo associações do setor, pressiona por requisitos mais rigorosos de fornecimento local de componentes para proteger a indústria de rivais chineses.