As relações comerciais entre a União Europeia e os Estados Unidos são marcadas por uma complexidade crescente e por uma aparente falta de reciprocidade na aplicação de acordos e tarifas. Esta situação gera frustração e custos acrescidos para as indústrias europeias, nomeadamente a automóvel, que se vê apanhada no meio de implementações assimétricas de acordos comerciais. Por um lado, o diretor-executivo da BMW, Oliver Zipse, queixa-se de que, num acordo comercial específico sobre automóveis, “os EUA já implementaram a sua parte do acordo, retroativamente, a partir de 1 de agosto.
A União Europeia ainda não o fez”.
Esta inação por parte da UE, cuja aprovação formal só é esperada para o início de 2026, mantém as importações de veículos produzidos nos EUA sujeitas a tarifas elevadas, afetando a rentabilidade da empresa. Por outro lado, um relatório indica que os Estados-membros da UE apoiam um acordo comercial negociado pela Comissão Europeia, apesar de a administração Trump ter “triplicado os direitos aduaneiros sobre a UE, enquanto Bruxelas reduziu os direitos para zero para os EUA”. Esta aparente contradição nos relatos evidencia um cenário de negociações comerciais desequilibradas e contenciosas, onde a pressão política e os interesses económicos se sobrepõem, criando um ambiente de incerteza para as empresas que operam em ambos os mercados.
Em resumoA relação comercial entre a UE e os EUA é caracterizada por tensões e uma implementação desigual de acordos tarifários, o que resulta em prejuízos para setores como o automóvel e levanta sérias questões sobre a reciprocidade e equidade nas políticas comerciais transatlânticas.