Num ano já marcado por tensões geopolíticas e custos elevados, as barreiras comerciais impostas, nomeadamente pelos Estados Unidos, contribuíram para a erosão da rentabilidade de várias companhias portuguesas com forte pendor exportador.

O conjunto das 15 empresas do índice PSI que apresentaram contas registou uma quebra de 5% nos lucros até ao final de setembro, sendo as tarifas apontadas como um dos fatores para este desempenho. O setor industrial foi particularmente afetado, com as empresas de pasta e papel a enfrentarem um ambiente de mercado adverso. A Altri, por exemplo, viu os seus lucros serem “afundados” por uma combinação de fatores onde se incluem “as variações cambiais e as tarifas”. A empresa detalhou que as “tarifas dos EUA” foram uma das causas para a queda de 86% no seu resultado líquido nos primeiros nove meses do ano.

Esta situação evidencia a vulnerabilidade da economia portuguesa, e em particular do seu tecido empresarial exportador, às flutuações e disputas no comércio internacional.

A diminuição dos lucros reflete não só a pressão direta dos custos tarifários, mas também a incerteza que estas políticas geram, levando a um abrandamento do investimento e a uma maior cautela por parte das empresas.