A União Europeia está a considerar a eliminação da isenção de tarifas aduaneiras para encomendas de valor inferior a 150 euros, uma medida que ameaça diretamente o modelo de negócio de gigantes do comércio eletrónico como a Temu e a Shein. A proposta de Bruxelas visa criar condições de concorrência mais equitativas para os retalhistas europeus e aumentar as receitas fiscais, estimando-se um ganho potencial de cerca de mil milhões de euros para os 27 Estados-membros. Atualmente, grande parte das vendas destas plataformas consiste no envio de pequenas encomendas diretamente da China para os consumidores europeus, beneficiando da isenção. A indústria têxtil europeia, através da Euratex, teme que acordos logísticos entre operadores postais europeus e estas plataformas de “ultra fast fashion” possam minar os esforços para uma regulamentação mais rigorosa do setor, incluindo a aplicação de novas tarifas.
Apesar da ameaça regulatória, empresas como a Temu estão a reforçar a sua estrutura logística na Europa.
A parceria anunciada com os CTT para a Península Ibérica, que visa apoiar a expansão de vendedores europeus no seu ecossistema, sugere uma estratégia de adaptação ao novo enquadramento, potenciando uma cadeia de abastecimento mais ágil e integrada na região, possivelmente para mitigar o impacto das futuras alterações tarifárias.
Em resumoA proposta da UE para taxar pequenas encomendas de fora do bloco representa um desafio significativo para o modelo de negócio de plataformas como a Temu, que dependem da isenção de tarifas. Enquanto a indústria europeia apoia a medida para equilibrar a concorrência, estas empresas de comércio eletrónico já se movimentam para fortalecer as suas operações logísticas dentro da Europa, antecipando um cenário regulatório mais exigente.