O impacto negativo faz-se sentir na competitividade das exportações, nos resultados de empresas de setores cíclicos e na estratégia de internacionalização do tecido empresarial.

Empresários e associações como a Associação Empresarial de Portugal (AEP) consideram que “as tarifas alfandegárias e outras barreiras comerciais estão a alterar as condições do mercado”, tornando o acesso a mercados como o norte-americano um desafio. Apesar de manterem a meta de as exportações atingirem 60% do PIB até 2030, os empresários alertam que este objetivo só será viável com “políticas públicas adequadas” que apoiem a diversificação de mercados. O líder do BCP, Miguel Maya, advertiu os empresários para a necessidade de “reduzir o risco e a dependência de mercados dominantes” como forma de aumentar a resiliência das cadeias de abastecimento perante a instabilidade tarifária. O impacto destas políticas já é visível nos resultados de empresas portuguesas.

A Altri, por exemplo, viu os seus lucros afundarem, arrastada, entre outros fatores, pelas “tarifas dos EUA” e pela depreciação do dólar.

No geral, o ano de 2025 foi descrito como “marcado por tarifas, tensão geopolítica e custos elevados”, afetando a rentabilidade das empresas cotadas na bolsa de Lisboa e reforçando a perceção de que a incerteza comercial é um obstáculo estrutural ao crescimento económico.