Estas medidas afetam não só as marcas chinesas, mas também construtores europeus como a BMW, cujos modelos produzidos na China enfrentam agora sobretaxas de quase 31% para entrar no mercado europeu.

A decisão de Bruxelas surge num momento em que a indústria europeia se sente ameaçada. Carlos Tavares, ex-líder da Stellantis, classificou a abordagem da UE como um "erro gravíssimo", argumentando que, ao impor a tecnologia elétrica em vez de metas de emissões, a Europa abriu a porta para que os fabricantes chineses conquistem rapidamente uma quota de mercado significativa, estimada em 10% nos próximos cinco anos, o que poderia levar ao encerramento de até dez fábricas europeias.

A situação revela a complexidade da transição energética, onde as políticas comerciais e industriais se cruzam.

No entanto, a aplicação das tarifas não é uniforme.

Recentemente, foi noticiado que Bruxelas está a analisar a possibilidade de remover as tarifas para os VE do grupo Volkswagen produzidos na sua fábrica chinesa, a VW Anhui, após a empresa ter apresentado uma proposta de compromisso.

Este desenvolvimento sugere que a UE poderá adotar uma abordagem casuística, negociando exceções com fabricantes que demonstrem alinhamento com os interesses europeus, enquanto mantém a pressão sobre a concorrência geral vinda da China.