Washington tem utilizado estas sobretaxas como uma ferramenta de pressão em negociações sobre outras áreas, nomeadamente a regulação do setor digital, transformando a disputa setorial numa complexa moeda de troca geopolítica.

Apesar do entendimento que fixou uma tarifa de 15% para a maioria dos produtos europeus, as sobretaxas específicas para o aço e o alumínio, impostas pela administração Trump, não foram totalmente resolvidas.

Os Estados Unidos condicionam a baixa destas tarifas a uma "abordagem mais equilibrada do regulador digital comunitário" em relação às suas gigantes tecnológicas, que consideram ser penalizadas pelas recentes leis europeias dos Serviços Digitais e dos Mercados Digitais.

Esta tática de alavancagem demonstra como as disputas comerciais estão cada vez mais interligadas com as políticas de regulação tecnológica e a soberania digital.

Em resposta a esta pressão e para proteger a sua própria indústria de uma "severa crise", a União Europeia viu-se forçada a aplicar os seus próprios "limites europeus às importações no setor". Esta medida defensiva, que inclui a redução de quotas de importação isentas de taxas, visa salvaguardar os produtores europeus da concorrência externa e dos efeitos prolongados das tarifas norte-americanas.