Apesar de um acordo para a sua redução, as taxas médias mantiveram-se em níveis historicamente altos, resultando numa reconfiguração das rotas comerciais e numa retórica política acesa.

Os dados indicam que, mesmo após negociações, os EUA mantêm uma tarifa média de 47,5% sobre os bens chineses, enquanto a China aplica uma taxa de cerca de 32% sobre os produtos norte-americanos. Este cenário levou a uma alteração nos fluxos comerciais: as exportações da China para os EUA caíram, mas, em contrapartida, as expedições para o Sudeste Asiático, a América Latina e a União Europeia dispararam, demonstrando a resiliência e capacidade de adaptação da economia chinesa.

A disputa foi marcada por uma forte componente política.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, classificou a política norte-americana como "unilateralismo, protecionismo e ‘bullying’ económico".

Do lado americano, o Secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou que "a China é a economia mais desequilibrada da história moderna e a principal fonte dos problemas comerciais dos EUA".

Esta troca de acusações reflete a profundidade do conflito, que transcende a economia para se tornar uma batalha por influência geopolítica e tecnológica, com impactos duradouros no comércio mundial.