No entanto, o impacto revelou-se complexo e desigual, com alguns setores a demonstrarem uma resiliência inesperada e as políticas monetárias a divergirem globalmente.

Jamie Dimon, CEO do JPMorgan Chase, capturou a gravidade da situação ao afirmar que os mercados enfrentavam o "ambiente geopolítico e económico mais perigoso e complicado desde a Segunda Guerra Mundial".

Esta perceção de risco generalizado contrastou, no entanto, com a performance de certos setores. A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), por exemplo, reviu em alta as suas previsões de lucros, apesar de reconhecer as "guerras comerciais em todas as frentes".

A análise do impacto também revelou nuances geográficas.

Um estudo indicou que o "choque global das tarifas revelou-se muito mais benigno do que se antecipava" para alguns parceiros comerciais dos EUA. Esta realidade contribuiu para uma crescente divergência nas políticas monetárias: enquanto a Reserva Federal dos EUA prosseguia com cortes de juros, outros bancos centrais, sentindo um impacto menor das tarifas, adotaram uma postura mais restritiva ou "hawkish". Este descompasso entre a perceção de crise, a resiliência de certos setores e as respostas assimétricas dos bancos centrais ilustra a complexidade de medir o verdadeiro impacto das tensões tarifárias na economia global interligada.