Atualmente, os EUA aplicam uma tarifa média de 47,5% sobre produtos chineses, enquanto a China retalia com uma taxa de cerca de 32% sobre as importações norte-americanas. Apesar deste cenário adverso, a economia chinesa demonstrou uma notável capacidade de adaptação.

As exportações para os EUA caíram 29% ao longo do ano, mas a China compensou esta quebra ao redirecionar as suas vendas para outros mercados, como o Sudeste Asiático, a América Latina, África e a União Europeia.

Esta estratégia permitiu que o país alcançasse um excedente comercial recorde de 858 mil milhões de dólares, com as exportações líquidas a representarem quase um terço do seu crescimento económico em 2025. Recentemente, surgiram sinais de uma atenuação das tensões, com um acordo entre Washington e Pequim que prevê a redução de algumas tarifas e a cooperação em áreas específicas. No entanto, o núcleo duro das sobretaxas permanece em vigor, refletindo uma rivalidade que, segundo a BlackRock, é "o eixo central da geopolítica", com impacto no comércio, tecnologia e defesa. A resiliência da China mostra que, embora as tarifas tenham um impacto significativo, a reconfiguração das cadeias de abastecimento globais permite contornar parte da pressão.