Esta abordagem tem sido utilizada para forçar parceiros comerciais a aceitar acordos favoráveis aos interesses dos EUA, influenciando negócios em setores estratégicos como a aviação.

Um exemplo notório é o impacto sentido pela Airbus.

O seu CEO, Guillaume Faury, admitiu que a concorrente Boeing foi "ajudada pelo presidente americano como parte das negociações de tarifas com vários países, onde as encomendas de aviões se tornaram parte da resolução de disputas comerciais". Esta perceção é reforçada por declarações do próprio Donald Trump, que reconheceu ter recebido da Boeing o "prémio de melhor vendedor da história da Boeing" e descreveu a sua tática de forma direta: "Há muitos países a telefonar, a beijar-me o rabo.

Estão mortinhos por negociar um acordo."

Esta estratégia de usar o poder comercial como alavanca diplomática reflete uma mudança na forma como as disputas são geridas, onde as sobretaxas são aplicadas ou ameaçadas não apenas para proteger a indústria interna, mas também para alcançar objetivos políticos e garantir contratos para empresas norte-americanas, redefinindo as regras do comércio global.