A imposição de sobretaxas sobre produtos europeus, nomeadamente aço e alumínio, levou a uma rápida escalada, culminando num acordo frágil que deixa vários setores sob pressão. A administração norte-americana, sob a liderança de Trump, ameaçou agravar as importações da UE com tarifas que poderiam chegar aos 30%, levando a União Europeia a retaliar com a ameaça de contramedidas sobre produtos americanos no valor de 26 mil milhões de euros.
A escalada parecia anunciar uma guerra comercial total, mas um entendimento estratégico foi alcançado, estabelecendo uma tarifa fixa de 15% sobre a maioria dos produtos europeus.
No entanto, setores-chave como aeronaves, semicondutores e produtos farmacêuticos ficaram isentos.
Apesar do acordo, a paz comercial permanece precária.
Washington continua a usar a sua oposição às leis digitais europeias como moeda de troca para negociar as tarifas sobre o aço e o alumínio, indicando que o conflito está longe de resolvido.
A instabilidade gerada levou figuras como Jamie Dimon, presidente executivo do JPMorgan Chase, a descrever o cenário como “o ambiente geopolítico e económico mais perigoso e complicado desde a Segunda Guerra Mundial”.
A decisão da Reserva Federal dos EUA de cortar as taxas de juro foi, em parte, influenciada pelos “efeitos das tarifas” na economia, como reconheceu o seu presidente, Jerome Powell, sublinhando o impacto macroeconómico destas políticas. O episódio demonstra como as decisões unilaterais podem gerar ondas de choque globais, forçando parceiros históricos a reavaliar alianças e a preparar-se para um futuro de maior incerteza comercial.














