A rivalidade estratégica entre os Estados Unidos e a China continuou a manifestar-se através de políticas comerciais protecionistas em 2025, com um foco particular no setor tecnológico. Embora se mantenham em vigor tarifas elevadas sobre uma vasta gama de bens, um desenvolvimento notável foi a decisão do governo dos EUA de permitir a venda de chips avançados de Inteligência Artificial (IA) à China sob condições específicas, evidenciando a complexa interação entre interesses económicos e segurança nacional. O contexto de “guerra comercial” persiste, com os EUA a manterem “tarifas médias de 47,5% sobre bens chineses” e a China a retaliar com “tarifas de cerca de 32% sobre produtos dos EUA”. No centro desta disputa, o setor dos semicondutores tornou-se um campo de batalha crucial.
A administração Trump autorizou a Nvidia a vender os seus chips de IA H200 na China, mas impôs uma “sobretaxa de 25%” sobre as vendas.
A justificação oficial, segundo Trump, é que a medida “apoiará o emprego nos Estados Unidos”.
No entanto, analistas da Capital Economics alertam que esta decisão poderá permitir à China “acelerar a construção da sua infraestrutura de IA e aumentar a probabilidade de que os modelos chineses se equiparem, ou mesmo superem, os mais avançados modelos dos EUA”.
Esta concessão é vista por Pequim como um “alívio temporário”, enquanto prossegue o seu objetivo de autossuficiência tecnológica. A medida revela um pragmatismo por parte de Washington, que procura equilibrar os benefícios económicos imediatos para as suas empresas com os riscos de longo prazo de capacitar um rival estratégico, numa altura em que a China continua a ser o maior consumidor mundial de semicondutores.
Em resumoA guerra comercial entre os EUA e a China manteve-se acesa em 2025, com elevadas tarifas mútuas. Um desenvolvimento-chave foi a autorização dos EUA para a venda controlada de chips de IA avançados da Nvidia à China, mediante uma sobretaxa de 25%. Esta medida pragmática equilibra benefícios económicos com preocupações de segurança, mas, segundo especialistas, arrisca-se a acelerar o avanço tecnológico chinês.