Estudos realizados em 2025 revelam que uma porção considerável das empresas nacionais sente o impacto direto destas políticas protecionistas nos seus custos, margens comerciais e planeamento operacional, transformando um risco geopolítico abstrato numa realidade económica tangível.
De acordo com um estudo promovido pela Crédito y Caución e pela Iberinform, 14% das empresas portuguesas identificam a “incerteza tarifária e as tensões geopolíticas” como um dos seus principais desafios.
Mais concretamente, 27% das organizações afirmam já estar a sofrer os efeitos da “guerra comercial”, com 12% a reportar um impacto direto na compressão das margens.
Estes dados indicam que as empresas estão a absorver parte dos custos acrescidos para manter a competitividade, o que afeta a sua rentabilidade.
A pressão é particularmente sentida em setores expostos ao mercado internacional, como o de bens de consumo duradouros.
Um relatório da Crédito y Caución sobre este setor aponta que “as tarifas comerciais e o protecionismo são as principais ameaças”, podendo levar a perturbações nas cadeias de abastecimento e a um aumento dos preços no retalho. Perante este cenário, as empresas são forçadas a reavaliar as suas estratégias, com algumas a procurar “novos parceiros comerciais para contornar aumentos tarifários”.
Esta necessidade de adaptação demonstra que a instabilidade comercial global não é apenas uma preocupação para as grandes multinacionais, mas um fator que condiciona a operação e a sustentabilidade de muitas empresas em Portugal.














