Esta abordagem tem beneficiado diretamente algumas indústrias americanas, como a aeronáutica, ao mesmo tempo que serve de alavanca em disputas comerciais. Um dos exemplos mais citados é o da Boeing, que terá sido ajudada nas "negociações de tarifas com vários países, onde as encomendas de aviões se tornaram parte da resolução de disputas comerciais". O próprio Presidente Donald Trump foi reconhecido pela empresa como o "melhor vendedor da história da Boeing", um reflexo do apoio da administração para aumentar as exportações. A estratégia parece ter um duplo objetivo: por um lado, proteger e impulsionar a indústria nacional, como se observa no facto de as "políticas tarifárias do Presidente Trump [terem acelerado] o investimento interno nos EUA". Por outro, as tarifas funcionam como um instrumento de pressão diplomática.

O Presidente Trump afirmou que, devido a esta política, "há muitos países a telefonar, a beijar-me o rabo.

Estão mortinhos por negociar um acordo".

Esta visão instrumental das tarifas, que as transforma numa arma negocial, redefine as dinâmicas do comércio internacional, onde as decisões económicas se tornam indissociáveis de objetivos políticos e estratégicos.