As medidas protecionistas dos EUA, descritas como uma "guerra tarifária" declarada em abril, são responsáveis pelo aumento dos preços e pela instabilidade nos mercados internacionais.

O impacto destas tarifas é vasto e multissetorial.

A indústria automóvel europeia, especialmente a alemã, foi severamente afetada, com previsões de contração na produção devido a tarifas de 15% sobre as suas exportações para os EUA. Um estudo da Crédito y Caución prevê uma contração de 1,2% na produção global de automóveis em 2026, atribuindo-a em parte às "tensões geopolíticas e à menor procura" exacerbadas pelas tarifas. Empresas de renome também sentiram os efeitos: a Nike reportou uma quebra na sua margem bruta "principalmente devido ao aumento das tarifas na América do Norte", e a Diageo enfrenta desafios semelhantes no seu principal mercado.

A iRobot, fabricante dos aspiradores Roomba, atribuiu parcialmente a sua recente declaração de falência a novas tarifas comerciais, como a taxa de 46% sobre importações do Vietname.

A nível macroeconómico, as tarifas são associadas à aceleração da inflação nos EUA, com o Presidente Trump a sugerir que as receitas poderiam financiar um "dividendo do guerreiro". Em Portugal, um inquérito revelou que 27% das empresas sentem os efeitos da guerra comercial nos seus custos e margens.

Embora a presidente do BCE, Christine Lagarde, tenha reconhecido que "as tensões comerciais aliviaram", o ambiente global continua a ser uma fonte de incerteza, apesar de algumas análises sugerirem que a Zona Euro tem demonstrado resiliência.