Numa declaração invulgar para uma instituição cultural desta envergadura, o TNDM II afirmou que "um teatro não é uma ilha" e que "a arte e a cultura não devem ser cúmplices da omissão, nem da indiferença". O comunicado, divulgado no final da temporada 2024/2025, reconhece que a postura de silêncio mantida durante meses se tornou "insustentável". A instituição declara solidariedade "com todas as vítimas deste conflito, e em particular com o povo palestiniano, cuja existência coletiva se encontra em risco". As exigências são claras: "um cessar-fogo imediato e permanente, da abertura plena à ajuda humanitária, da responsabilização internacional pelos crimes cometidos, da libertação de todos os reféns e do reconhecimento do Estado Palestiniano". A tomada de posição gerou reações diversas. O comentador Alberto Gonçalves, no jornal Observador, criticou a iniciativa, descrevendo-a como "virtuosismo de sofá" e uma "atitude narcisista, imodesta e inútil", questionando a eficácia e o propósito de tal comunicado. A decisão do teatro nacional marca um momento significativo de intervenção cívica por parte de uma entidade cultural de referência em Portugal, inserindo-se num debate mais vasto sobre o papel das artes perante as crises humanitárias globais.
