O filme, protagonizado por Jesuíta Barbosa, explora a vida e carreira do artista, destacando-se pela sua abordagem visual e política que celebra a resistência através da arte.
Lançado a 17 de junho, o filme rapidamente alcançou o topo dos conteúdos mais vistos da plataforma, onde permaneceu por várias semanas.
A obra, realizada por Esmir Filho, foge à estrutura convencional das biografias, optando por focar-se na metamorfose de Ney, desde a sua infância como filho de um militar até se tornar o ícone andrógino e transgressor dos Secos & Molhados. O filme sublinha como, em plena ditadura militar no Brasil, o seu corpo maquilhado e a sua voz de contratenor representavam uma forma de resistência política mais ameaçadora que muitos discursos de esquerda. Uma das decisões criativas mais elogiadas foi a utilização da voz original de Ney Matogrosso nas sequências musicais, criando o que a crítica descreve como um "encantamento esotérico" entre o som e a performance de Jesuíta Barbosa. A narrativa aborda ainda momentos marcantes da sua vida pessoal, como a relação com Cazuza e o impacto da SIDA, mas tratando-os como matéria-prima para a construção de um ícone que fez da vulnerabilidade uma força.
O sucesso do filme em streaming levou também à sua inclusão na programação do festival Queer Lisboa, que decorre em setembro.