A discussão centrou-se na pertinência contínua da obra e na sua representação da luta pela liberdade num mundo onde as estruturas patriarcais persistem.
Durante a conversa, Gisela Casimiro destacou a relevância da série no contexto político e social atual, afirmando que a ficção distópica de Margaret Atwood é mais real do que nunca.
"Estamos a ver em direto, diariamente, mulheres no poder com discurso patriarcal", sublinhou, apontando para a complexidade das dinâmicas de poder que transcendem o género.
A análise explorou a jornada da protagonista, June, e o seu papel numa revolução, com Casimiro a defender que "toda a gente tem um papel numa revolução" e que a série demonstra que "a luta pela liberdade é constante".
A escritora enfatizou ainda a mensagem central da obra sobre a interdependência da libertação, declarando: "A série continua um trabalho de libertação constante, só estamos livres quando todos estiverem". A discussão abordou como a narrativa violenta e complexa da série serve como um espelho para as ameaças contemporâneas aos direitos das mulheres e das minorias, tornando-se um poderoso instrumento de consciencialização.
O debate promovido pelo podcast evidencia o impacto cultural de "The Handmaid's Tale" em Portugal, onde apenas três temporadas estão disponíveis na Prime Video, e a sua capacidade de gerar diálogo sobre temas como o feminismo, a resistência e a resiliência humana perante a opressão.