A obra, baseada no romance de Margaret Atwood, continua a ser vista como um espelho sombrio de tendências autoritárias e da luta pela liberdade. No podcast "No Último Episódio", os anfitriões Filipa Amaro e José Paiva Chega, juntamente com a ativista e escritora Gisela Casimiro, debruçaram-se sobre a jornada de June (interpretada por Elizabeth Moss) e a sua transformação de cidadã a serva num regime teocrático.

A discussão centrou-se na forma como a série, apesar de ser uma obra de ficção distópica, reflete realidades contemporâneas.

Gisela Casimiro destacou a atualidade da narrativa, afirmando que “estamos a ver em direto, diariamente, mulheres no poder com discurso patriarcal”, sublinhando que a luta contra a opressão retratada em Gilead não está assim tão distante.

A análise explorou a ideia de que a liberdade é uma luta constante e coletiva.

A série demonstra que “toda a gente tem um papel numa revolução” e que a libertação só é completa “quando todos estiverem” livres. Esta perspetiva reforça a mensagem de que a série transcende o entretenimento, funcionando como um alerta e um apelo à ação cívica. A complexidade das personagens e a violência gráfica da série foram pontos centrais do debate, que concluiu que a história de June é mais real e relevante do que nunca, servindo como uma poderosa metáfora para as lutas pelos direitos das mulheres e pela democracia em todo o mundo.