A disputa expôs tensões contratuais e táticas concorrenciais entre os canais, após um anúncio inicial de parceria feito por José Eduardo Moniz, diretor-geral da TVI.
A controvérsia começou quando a TVI anunciou que já não iria produzir o documentário, alegando uma revisão da sua posição devido ao "contexto contratual pretendido pelo autor, em particular, as contrapartidas não financeiras". Rúben Pacheco Correia contestou esta versão, afirmando que foi ele quem não aceitou a proposta final da TVI, pois esta não garantia o seu envolvimento no projeto até ao fim, uma condição que considerava essencial. Segundo o autor, a TVI anunciou o projeto sem ter um contrato assinado, aceitando tacitamente as suas condições iniciais, que depois não foram refletidas na proposta formal. A polémica adensou-se quando foi revelado que um jornalista da TVI tentou contactar e entrevistar Antonino Giuseppe Quinci, o traficante protagonista do documentário, apesar de este ter um contrato de exclusividade com Rúben Pacheco Correia.
A estação ter-se-á mostrado disponível para pagar a entrevista e eventuais indemnizações pela quebra do contrato.
Após o rompimento com a TVI, Rúben Pacheco Correia firmou um acordo com a CMTV, que irá emitir o documentário em outubro, garantindo as condições exigidas pelo autor.
O caso ilustra as complexas negociações e a acesa concorrência no panorama mediático português.