A produção, idealizada por Manuel Pureza, Henrique Dias e Rui Melo, utiliza uma premissa surreal — um mundo onde humanos e bonecos coexistem, com os últimos a serem tratados como cidadãos de segunda — para satirizar questões contemporâneas. A narrativa centra-se na Frente Espetacular pela Liberdade Peluda (FELP), um movimento criado pelos bonecos para lutar por direitos básicos, como representação política ou acesso a programas de lavagem adequados.

Através desta alegoria, a série aborda temas como a discriminação, a desigualdade, a burocracia e a política-espetáculo.

Manuel Pureza, o realizador, descreve a obra como sendo sobre "a diferença, identidade e empatia", utilizando a comédia para explorar assuntos que polarizam a sociedade.

O elenco humano, que inclui nomes como Anabela Moreira, Diogo Morgado e Inês Castel-Branco, contracena com cerca de 40 bonecos construídos pela companhia alcobacense S.A. Marionetas, que também formou os atores na arte de os manipular.

Considerada uma sucessora espiritual de "Pôr do Sol" pela sua irreverência, "FELP" troca a paródia às telenovelas por uma sátira política e social mais direta, mantendo o gosto pelo absurdo e pela desconstrução de clichés.

A sua exibição diária em horário nobre na RTP1, em simultâneo com a sua disponibilidade numa plataforma de streaming global, reflete a ambição do projeto em alcançar um público vasto e diversificado, consolidando um novo tipo de comédia na ficção nacional.