A potencial participação de Israel no Festival Eurovisão da Canção de 2026 está a gerar uma onda de contestação, com vários países, incluindo Espanha, Irlanda e Países Baixos, a ameaçarem boicotar o evento, uma situação que coloca forte pressão sobre a União Europeia de Radiodifusão (EBU). A controvérsia surge no contexto do conflito em Gaza, com diversas nações a exigirem a exclusão de Israel, estabelecendo um paralelo com a expulsão da Rússia em 2022, após a invasão da Ucrânia. A Espanha foi o primeiro país do grupo "Big Five" (os cinco maiores contribuintes financeiros do festival) a anunciar formalmente o boicote, com o Conselho de Administração da RTVE a aprovar a medida "por maioria absoluta".
A esta juntam-se a Irlanda, os Países Baixos, a Eslovénia e a Islândia, que também manifestaram a intenção de se retirarem caso Israel participe.
Em Portugal, o debate também ganhou força.
A cantora Lúcia Moniz, que representou o país em 1996, manifestou-se publicamente contra a presença de Israel, afirmando que o que acontece em Gaza é "uma situação clara de terror" e que Portugal deveria fazer um "protesto claro". Adicionalmente, foi noticiado que o novo regulamento do Festival da Canção em Portugal deixa em aberto a possibilidade de o país acompanhar a decisão de outros, o que sugere que um boicote português poderá estar a ser preparado. A decisão final caberá à EBU, que discutirá o tema na sua assembleia geral em dezembro.
Em resumoA ameaça de um boicote em massa à Eurovisão por parte de vários países, incluindo membros influentes, representa um desafio significativo para a organização do festival. A questão coloca em confronto a tradicional postura apolítica do evento com as crescentes pressões para que tome uma posição firme em relação a conflitos internacionais, podendo levar a uma das maiores crises na história do concurso.