O relatório aponta para um "risco médio-baixo" geral, mas destaca preocupações crescentes com a sustentabilidade económica do setor e a precariedade na profissão jornalística.

De acordo com os dados do estudo, desenvolvido pelo Centre for Media Pluralism and Media Freedom, Portugal obteve um índice de 49%, igualando a média da UE, o que representa um agravamento face aos 40% registados anteriormente. Rui Cádima, investigador do Observatório da Diversidade e do Pluralismo do ICNOVA, explicou à agência Lusa que a principal razão para esta queda "prende-se com a tendência crescente de agravamento da sustentabilidade económica do setor dos media".

Este fator resulta em "redações fragilizadas, muito pressionadas pela precariedade, colocando a liberdade editorial em causa e o jornalismo de investigação como primeira vítima".

O relatório identifica a área da 'Pluralidade de Mercado' como de "risco médio-alto", devido à diminuição das receitas dos meios tradicionais e à crescente precariedade dos jornalistas. Outra área crítica é a da 'Inclusão Social', que apresenta um "risco alto", refletindo as dificuldades financeiras dos meios de comunicação locais.

A 'Proteção Fundamental' mantém-se em "médio baixo", mas o documento alerta para a necessidade de legislar disposições "anti-SLAPP" para proteger os jornalistas contra ações judiciais abusivas e critica a manutenção da difamação como crime punível com pena de prisão no Código Penal.

A área da 'Independência Política' é a que apresenta um risco mais baixo.