A estação de Queluz de Baixo demonstrou um voto de confiança no ator, uma decisão que gerou debate sobre a forma como a indústria lida com este tipo de alegações. Apesar de a TVI manter o seu contrato, as acusações já tiveram repercussões na carreira de Capelo, com uma atuação a ser retirada da sua agenda. A decisão do canal de não o afastar do elenco da sua nova produção de ficção contrasta com outras situações, como a de Nuno Homem de Sá, que foi afastado de projetos em circunstâncias diferentes. A justificação para a manutenção de António Capelo foi articulada pelo diretor-geral da Plural, a produtora da TVI, que defendeu a separação entre as esferas judicial e profissional, afirmando: "É a justiça que tem de fazer justiça e a produção tem de fazer a produção". Esta posição sublinha o princípio da presunção de inocência, mas também levanta questões sobre a responsabilidade das entidades empregadoras perante acusações de conduta imprópria, especialmente num contexto pós-#MeToo. A situação de Capelo torna-se, assim, um caso de estudo sobre a gestão de crises de imagem na indústria televisiva portuguesa, onde a decisão de um canal pode ter implicações significativas tanto para a carreira do visado como para a perceção pública da própria estação.