A produção, protagonizada por Rui Melo, gerou imediatamente um intenso debate público sobre a abordagem de temas sensíveis como o abuso de poder, a manipulação emocional e a gravação de atos sexuais sem consentimento. A minissérie, com argumento de Patrícia Müller e realização de João Maia, foi alvo de críticas e até ameaças ao ator principal antes mesmo da sua exibição, com receios de que pudesse glorificar a figura central.
Em resposta, figuras públicas como Nuno Markl saíram em defesa do projeto, criticando a "fúria instagrâmica" e o julgamento precipitado.
Markl sublinhou que "o primeiro episódio deixou claro o óbvio: que este grupo de artistas nunca faria a série que algumas pessoas (...) criaram nas suas cabeças e condenaram sem ver".
A própria TVI e a equipa de produção reforçaram que a obra "não tem caráter biográfico", sendo antes "inspirada em factos públicos" para explorar temas universais e atuais.
O realizador João Maia confessou à NiT que o seu receio inicial era que o projeto "se tornasse algo cómico ou muito preso à realidade", mas que o guião o convenceu ao focar-se na perspetiva das mulheres envolvidas, garantindo uma abordagem "mais dark, com elegância". A narrativa centra-se em Tomé Serpa (Rui Melo), um arquiteto carismático que vive uma vida dupla, e na aliança entre a sua amante, Carolina, e a sua secretária, Elsa, que se unem para o desmascarar.
A série, composta por seis episódios exibidos diariamente, propõe-se assim a ser uma reflexão sobre a luta feminina contra sistemas de poder aparentemente intocáveis, utilizando um caso notório como pano de fundo para uma discussão contemporânea.














