A série, com argumento de Patrícia Müller e realização de João Maia, centra-se em Tomé Serpa (Rui Melo), um arquiteto carismático que grava encontros sexuais com várias mulheres sem o seu consentimento.

Embora a TVI sublinhe que a obra "não tem caráter biográfico", sendo apenas "inspirada em factos públicos", os paralelismos com o caso Taveira são evidentes e geraram controvérsia ainda antes da emissão.

O ator Rui Melo foi alvo de críticas e ameaças nas redes sociais, levando a uma defesa pública por parte de Nuno Markl, que lamentou a "ânsia de odiar" de pessoas que "meteram na cabeça que ela iria fazer do protagonista um herói" sem terem visto a obra.

A produção intencionalmente foca-se na perspetiva das mulheres envolvidas, como a amante Carolina e a secretária Elsa, que se unem para expor os abusos.

A guionista Patrícia Müller reforçou esta intenção, afirmando: "Não me interessa o Tomás Taveira.

Foi apenas um peão no meio de uma cultura que temos que combater.

Porque é um fantasma coletivo".

O realizador João Maia admitiu ter ficado "um pouco assustado" com o projeto inicialmente, mas aceitou por sentir que a abordagem era relevante para os dias de hoje, focando-se no sofrimento psicológico das personagens femininas.

A série foi exibida diariamente durante uma semana, terminando com a divulgação de contactos da APAV (Associação Portuguesa de Apoio à Vítima), sublinhando a sua mensagem social.