A obra, da autoria de Patrícia Müller, reabriu a discussão pública sobre temas como o abuso de poder, o consentimento e a cultura de violação em Portugal. A trama, ambientada no início da década de 1990, centra-se num arquiteto carismático e de sucesso cuja vida privada obscura vem a público através de gravações de cariz sexual, alegadamente feitas sem o consentimento das mulheres envolvidas.
A série não se coíbe de explorar a forma como o caso foi tratado na época e o impacto duradouro que teve na sociedade. A guionista Patrícia Müller afirmou que o seu objetivo não era focar-se na figura do arquiteto, mas sim abordar um "fantasma coletivo" e combater uma cultura de abuso que persiste. A produção tem sido alvo de debate, não só pelo tema sensível, mas também pela estratégia de programação da TVI, que optou por exibir os seis episódios em dias consecutivos, o que gerou críticas por parte de alguns espectadores. A série também trouxe de volta à memória coletiva expressões usadas nas gravações originais, como "Estudasses", que se tornaram parte da cultura popular, levando ativistas a apelar ao seu abandono por estarem associadas a um contexto de abuso. A obra levanta questões sobre a responsabilidade dos media e da sociedade na forma como lidam com vítimas de abuso e a glorificação de figuras controversas.













