O seu falecimento foi amplamente noticiado e lamentado por inúmeras figuras do setor, que recordaram o seu papel pioneiro e a sua visão.

Como fundador da SIC, em 1992, Balsemão quebrou o monopólio da televisão estatal, introduzindo um novo paradigma de concorrência, inovação e pluralismo no panorama audiovisual português.

A sua aposta numa estação “independente e de comunicação” alterou profundamente os hábitos de consumo dos portugueses e abriu caminho para a criação de um grupo de media robusto, a Impresa, que hoje inclui diversos canais temáticos e o jornal Expresso, também por si fundado ainda durante o Estado Novo. Figuras proeminentes da SIC, como Rodrigo Guedes de Carvalho e Clara de Sousa, recordaram-no não apenas como um “patrão”, mas como um defensor intransigente da liberdade de imprensa, que protegia os seus jornalistas e criadores de interferências. Ricardo Araújo Pereira destacou que Balsemão criou um ambiente de liberdade que permitiu o nascimento de projetos como o “Gato Fedorento”, algo que, segundo o humorista, “não poderia ter começado em mais nenhum outro sítio”.

A sua liderança foi caracterizada por uma exigência constante de qualidade e inovação, aliada a uma curiosidade sobre o futuro, como o seu interesse precoce em tecnologias como o ChatGPT.

O seu legado é o de um visionário que moldou de forma indelével os media em Portugal, defendendo sempre que o jornalismo e a televisão deveriam servir o público com rigor, independência e criatividade.