As suas declarações geraram uma onda de indignação nas redes sociais e um debate alargado sobre o papel do entretenimento no serviço público de televisão. Numa crónica de opinião, Isabela Figueiredo, autora do premiado livro "A Gorda", questionou a pertinência do programa apresentado por Fernando Mendes há mais de duas décadas, usando adjetivos como "brejeiro" e "chinfrim".
A crítica central da escritora incidiu sobre o financiamento público de um formato que considera desprovido de valor cultural, levantando a questão: "Para que estamos a financiar a nulidade com os nossos impostos?".
As suas palavras provocaram uma reação imediata e polarizada.
Por um lado, geraram apoio de quem concorda com a necessidade de uma maior exigência cultural na televisão pública. Por outro, desencadearam uma forte defesa do programa por parte de figuras públicas como Pedro Chagas Freitas e Joana Amaral Dias, e de inúmeros espetadores. Os defensores de "O Preço Certo" argumentam que o seu valor transcende o formato de concurso, considerando-o um fenómeno social que "faz parte do discurso social" e é uma "referência no dia-a-dia da sociedade". A longevidade e liderança de audiências do programa são vistas como prova da sua forte ligação com o público português, representando um espelho de uma certa faceta do país que, segundo os seus apoiantes, a elite cultural ignora. A polémica ilustra assim o fosso entre a perceção de entretenimento popular e a exigência de conteúdo cultural no serviço público.














