As suas declarações destacam uma ausência de representatividade que, segundo o ator, não reflete a realidade multicultural do país.

Com uma carreira internacional consolidada, que passa pelo Brasil, Londres e por colaborações com figuras como David Cronenberg e plataformas como a Netflix, Welket Bunguê é uma voz influente no panorama artístico.

O ator, que se descreve como um "cidadão do mundo", manifestou o desejo de ver Portugal "cada vez mais aberto à diferença", mas apontou a televisão como um setor que ainda não acompanhou essa evolução. Bunguê afirmou que continua a ver "séries nacionais sem diversidade que reflita o país".

A sua crítica mais incisiva foi dirigida aos responsáveis pela produção de conteúdos, declarando: "Existe a crença ultrapassada por parte de quem manda de que o público só quer ver um tipo de pessoa na televisão". Esta afirmação sugere que o problema não reside na falta de talento diverso, mas sim numa mentalidade conservadora e desalinhada com a sociedade atual por parte dos decisores da indústria. Ao levantar esta questão num evento de projeção internacional como o Tribeca Festival, Bunguê amplifica a urgência de um debate sobre a necessidade de os ecrãs portugueses se tornarem um espelho mais fiel da sua população, promovendo uma inclusão que vá além de papéis estereotipados e ofereça uma representação mais rica e autêntica da identidade nacional contemporânea.