No seu texto, a autora descreveu o concurso da RTP1 como “brejeiro”, “chinfrim” e de “valor cultural nulo”, questionando o seu financiamento com fundos públicos.

A crítica de Figueiredo desencadeou uma avalanche de reações, dividindo a opinião pública e gerando um intenso debate nas redes sociais e na comunicação social. De um lado, muitos espectadores e figuras públicas saíram em defesa do programa apresentado por Fernando Mendes, elogiando a sua capacidade de entreter e de criar uma ligação genuína com um público diversificado, representado pelos concorrentes que, segundo a autora, “parecem os familiares da terrinha, que visitamos no Natal”. Do outro lado, alinharam-se vozes que concordaram com a necessidade de questionar a qualidade e o propósito da programação do serviço público. Comentadores como Ricardo Araújo Pereira e José de Pina abordaram a polémica com mais nuances, reconhecendo as críticas mas defendendo a importância social do formato e o carisma do seu apresentador.

José de Pina, por exemplo, recordou que “o programa foi criado para a conversão ao euro”, mas admitiu que hoje “vale sobretudo pelo Fernando Mendes”.

A controvérsia transcendeu a simples crítica televisiva, evoluindo para uma discussão mais ampla sobre o que se espera do serviço público de televisão e sobre o aparente fosso entre as elites culturais e o gosto popular.