Este reconhecimento sublinha o potencial das histórias locais para cativar audiências em todo o mundo, marcando um momento significativo para a produção audiovisual portuguesa.

Durante um painel no festival, o criador Augusto Fraga e os atores José Condessa, Joaquim de Almeida, Helena Caldeira e Afonso Pimentel discutiram o impacto da série. Um dos pontos mais relevantes abordados foi a transformação da perceção da vila açoriana que dá nome à série. José Condessa destacou esta mudança de paradigma: “Antes da série, pelo estigma que havia, diziam que eram da Ribeira Grande. Hoje dizem com orgulho que são de Rabo de Peixe”. Esta afirmação ilustra como a ficção pode redefinir a identidade e o orgulho de uma comunidade, combatendo preconceitos através da projeção cultural.

Augusto Fraga, por sua vez, refletiu sobre o ritmo dinâmico da narrativa, justificando-o com a natureza da premissa: “A série ‘Rabo de Peixe’ é tão dinâmica porque aqueles jovens encontraram cocaína e não chá de tília”.

A série não só colocou Portugal no mapa das grandes produções de streaming, como também impulsionou a carreira dos seus intervenientes, com José Condessa a tornar-se um dos atores mais requisitados do país. O sucesso de "Rabo de Peixe" demonstra que uma produção com forte identidade local, filmada nos Açores, pode competir em pé de igualdade com produções internacionais, abrindo portas para futuros projetos portugueses com ambição global.