Em Portugal, a posição da RTP, que confirmou a participação e votou a favor da permanência de Israel na UER, gerou forte contestação interna. Uma petição pública a exigir a “retirada imediata de Portugal” do festival reuniu mais de 25 mil assinaturas, argumentando que a RTP não deveria usar fundos públicos num evento que serve de “plataforma de limpeza de imagem através da arte de graves violações de Direitos Humanos”.

O descontentamento estendeu-se à comunidade artística, com 17 músicos e intérpretes concorrentes ao Festival da Canção 2026, incluindo nomes como Cristina Branco e Bateu Matou, a declararem publicamente a recusa em representar o país caso vençam o certame.

“Não compactuamos com a violação dos Direitos Humanos”, afirmaram em comunicado.

A esta voz juntaram-se os trabalhadores da RTP, que em plenário condenaram a decisão, e Salvador Sobral, vencedor em 2017, que criticou a estação pública. A nível internacional, Nemo, artista que venceu a edição de 2024, anunciou a devolução do seu troféu em protesto, afirmando que “se os valores que celebramos em palco não são vividos fora dele, então até as canções mais belas perdem o seu significado”.