Durante o evento Special Report – IA e Cibersegurança, organizado pelo Jornal Económico, figuras proeminentes do setor sublinharam que a preparação das empresas portuguesas, maioritariamente PME, ainda é insuficiente, apesar da crescente consciencialização. Alexandre Fonseca, presidente do Conselho Estratégico de Economia Digital da CIP, afirmou que a cibersegurança “não é só investimento.

Também é cultural”.

Argumentou que muitas empresas continuam a agir apenas “perante a casa roubada” e que a segurança digital “tem que ser um desígnio da organização e não apenas uma preocupação da equipa de IT”.

Bruno Castro, CEO da Visionware, reforçou esta ideia, aconselhando as empresas a implementarem um modelo de governação à sua medida, onde “o envolvimento obrigatório do top management é obrigatório”. Miguel Almeida, diretor-geral da Cisco Portugal, alertou para a complexidade do ecossistema de segurança, afirmando: “Temos um problema de cibersegurança que ainda é opaca”. Apontou que, embora 86% das empresas estejam cientes das ameaças de IA, não se sentem preparadas para responder, o que evidencia a lacuna entre a perceção do risco e a capacidade de ação. A formação e a literacia, incluindo para os gestores, foram apontadas como prioridades para fomentar uma verdadeira cultura de segurança que permeie toda a organização.