Especialistas em cibersegurança alertam que as batalhas modernas já não se travam apenas no campo físico, mas também nos ecrãs, algoritmos e narrativas.
António Gameiro Marques, ex-diretor do Centro Nacional de Cibersegurança, classificou a desinformação como “o maior cancro que podemos ter na internet”.
Num evento sobre o tema, sublinhou que os desafios da IA não são apenas técnicos, mas também políticos e éticos, e que o digital se tornou um “território” onde a manipulação da informação constitui um risco sistémico. Bruno Castro, CEO da VisionWare, partilha desta visão, afirmando que “a guerra moderna já não se combate apenas com tanques, mísseis e soldados no terreno”.
Ferramentas como deepfakes e bots automatizados tornam cada vez mais difícil distinguir a verdade, o que pode ter consequências graves em contextos como eleições ou crises geopolíticas.
O próprio relatório do CNCS para 2024 aponta as “alterações nas plataformas digitais fomentarem a desinformação” como uma das principais tendências para o futuro. A ONG EU DisinfoLab também alertou para a falta de regulamentação específica sobre desinformação climática, o que limita os esforços de mitigação por parte das grandes plataformas digitais. A solução, segundo os especialistas, passa por uma abordagem proativa, que combine inteligência estratégica para antecipar cenários de ameaça e a implementação de centros de operações de segurança (SOC) para monitorizar e responder a campanhas de desinformação.














