O incidente expôs a fragilidade da cadeia de abastecimento digital do setor aéreo.

O ataque, ocorrido durante o fim de semana, visou a empresa norte-americana Collins Aerospace e o seu software MUSE, uma plataforma crítica utilizada para o registo e embarque de passageiros.

Aeroportos como os de Bruxelas, Heathrow (Londres) e Berlim-Brandemburgo foram severamente afetados, com operações a serem realizadas manualmente, o que gerou longas filas e perturbações significativas.

O impacto alastrou-se por toda a Europa, com a TAP a confirmar o cancelamento de voos de e para Lisboa. A escolha do fim de semana para a ofensiva é vista por especialistas como uma tática deliberada para maximizar o impacto, aproveitando a redução das equipas de segurança e os tempos de resposta mais lentos.

Rui Duro, Country Manager da Check Point Software em Portugal, alertou que “os cibercriminosos estão a explorar deliberadamente o ponto mais fraco da aviação: a sua cadeia de fornecimento interligada.

Um único fornecedor comprometido pode paralisar dezenas de aeroportos e companhias aéreas de uma só vez”.

Esta vulnerabilidade é agravada pela crescente digitalização do setor.

Dados da Check Point Research indicam que o setor de Transportes e Logística registou um aumento de 5% nos ataques em termos anuais, com uma média de 1.143 incidentes por organização por semana. O incidente sublinha a urgência de tratar a resiliência cibernética com a mesma seriedade que a segurança física na aviação.