Grupos de cibercriminosos estão a alterar a sua estratégia, evitando as grandes corporações com defesas robustas para se concentrarem em alvos mais vulneráveis: as pequenas e médias empresas (PME). Um novo relatório da Allianz Commercial revela que, embora o valor total das perdas cibernéticas reportadas tenha diminuído para metade no primeiro semestre de 2025, o número de grupos de ransomware ativos aumentou cerca de 50%, intensificando a pressão sobre as organizações menos preparadas. O ransomware continua a ser a principal causa de perdas, responsável por 60% do valor dos incidentes, evoluindo para técnicas de dupla extorsão que combinam a encriptação com o roubo de dados. A proporção de perdas associadas ao roubo de dados subiu de 25% em 2024 para 40% no primeiro semestre de 2025. As PMEs tornaram-se o novo foco porque, apesar de lidarem com dados sensíveis e processos críticos, muitas vezes não possuem recursos para implementar defesas tão sofisticadas como as grandes empresas.
O relatório da Allianz alerta ainda para uma diversificação geográfica dos ataques, com um desvio da Europa e dos EUA para regiões como a Ásia e a América Latina, onde os níveis de preparação são mais desiguais.
Outra tática em ascensão é a infiltração através de prestadores de serviços de TI, sublinhando a importância de aplicar critérios de segurança rigorosos a toda a cadeia de fornecimento digital. O setor industrial foi o mais visado, concentrando um terço dos prejuízos, devido à sua elevada dependência de sistemas automatizados e dispositivos IoT.
Em resumoA mudança estratégica dos cibercriminosos em direção às PMEs evidencia uma vulnerabilidade crítica no ecossistema empresarial, demonstrando que uma cibersegurança robusta já não é apenas uma preocupação para as grandes corporações, mas uma necessidade vital para empresas de todas as dimensões.