O ataque, registado na sexta-feira, visou especificamente um fornecedor tecnológico, provocando um efeito de contágio imediato que se alastrou a múltiplas companhias aéreas e aeroportos.

Esta tática demonstra uma estratégia deliberada dos cibercriminosos, que exploram fins de semana e feriados para maximizar o impacto, aproveitando a redução das equipas de segurança e a lentidão na resposta.

Segundo Rui Duro, Country Manager da Check Point Software em Portugal, “os criminosos exploram deliberadamente o ponto mais frágil da aviação: a sua cadeia de fornecimento interligada”. Os dados confirmam a crescente ameaça: a Check Point Research indica que o setor de Transportes e Logística registou uma média de 1.143 ataques semanais por organização nos últimos meses, um aumento de 5% face a 2024. A Agência Europeia para a Cibersegurança (ENISA) corrobora esta tendência, revelando que os ciberataques contra a aviação na Europa aumentaram 30% desde 2022, com destaque para ataques à cadeia de fornecimento e de negação de serviço (DDoS).

O ransomware continua a ser a arma preferida, com a atividade a crescer 126% face ao ano anterior.

Os especialistas defendem que a cibersegurança deve ser tratada com a mesma seriedade que as verificações físicas, exigindo atualização constante de software, monitorização em tempo real e cooperação internacional para conter ameaças de forma eficaz.