Esta verificação abrangeria todas as formas de comunicação, incluindo mensagens privadas, fotografias, vídeos e links, mesmo em plataformas protegidas por encriptação ponta a ponta.

As autoridades poderiam emitir ordens de deteção baseadas num "risco significativo", um conceito que críticos, como o advogado João Leitão Figueiredo, consideram "relativamente vago".

Uma vez emitidas, estas ordens poderiam vigorar por longos períodos — até 24 meses para a difusão de material e 12 meses para aliciamento —, permitindo uma monitorização prolongada.

O jurista alerta para uma "destruição inalterável da confiança do sigilo das comunicações", questionando a proporcionalidade da medida. Segundo ele, a natureza generalizada e preventiva da monitorização significa que "todas as comunicações num serviço podem ser analisadas ainda que nada tenham a ver com o objeto da averiguação", o que poderia expor indiscriminadamente dados sensíveis, desde comunicações profissionais a informações médicas.

A proposta é vista como um "golpe antidemocrático" que normaliza a vigilância em massa, transformando o que hoje é uma exceção numa regra permanente e difícil de desmantelar.