A computação quântica é vista pela maioria das empresas como a maior ameaça à cibersegurança nos próximos três a cinco anos, com o potencial de quebrar os algoritmos de encriptação que atualmente protegem dados e comunicações digitais. Esta é a principal conclusão de um estudo do Research Institute da Capgemini, que alerta para a urgência de uma transição para a criptografia pós-quântica (PQC). O estudo, intitulado "Future encrypted: Why post-quantum cryptography tops the new cybersecurity agenda", revela que seis em cada dez empresas pioneiras na adoção de tecnologias quânticas antecipam que o "Q-Day" — o momento em que um computador quântico será capaz de quebrar a criptografia atual — ocorrerá dentro de cinco a dez anos. Um em cada seis destes "early adopters" acredita mesmo que tal acontecerá nos próximos cinco anos.
A ameaça é agravada por ataques do tipo "harvest-now, decrypt-later" (recolher agora, desencriptar depois), nos quais os atacantes armazenam dados encriptados hoje para os decifrar assim que a tecnologia quântica o permitir.
Cerca de 65% das empresas manifestaram preocupação com este tipo de ataque.
O relatório Tech Trends 2025 da Deloitte corrobora esta visão, identificando a computação pós-quântica como uma área-chave de evolução na cibersegurança e comparando a necessidade de ação antecipada ao desafio do "bug do milénio" (Y2K).
Embora 70% das organizações já estejam a implementar ou a adotar algoritmos PQC, 30% ainda subestimam os riscos, adiando investimentos cruciais e arriscando-se a falhas de segurança e sanções regulatórias no futuro.
Em resumoA iminência da computação quântica representa uma ameaça existencial para a encriptação atual, tornando a transição para a criptografia pós-quântica uma prioridade inadiável. Empresas que não se prepararem para o "Q-Day" arriscam a exposição sem precedentes de dados sensíveis, sendo crucial uma ação proativa para modernizar as infraestruturas de segurança.